quinta-feira, 28 de maio de 2009

Eu queria condensar toda a história da minha vida em duas horas, em duzentas páginas ou em uma partitura. Como um personagem, ter pouco tempo para que houvesse apenas as partes realmente importantes da vida em minha vida. Eu, condenado a viver por anos, vivo de muitos momentos, tentando torná-los importantes para que alguma coisa valha a pena. Nessa louca tentativa de importar as coisas perco minha própria redenção. Felizes são os seres de vida completa, em suas vidas realmente importantes, vivendo seus dramas inúmeras vezes e sempre obtendo redenção. Eu ainda espero o momento certo de me render, na incerteza de que algo mais importante um dia chegue. Um final é tudo que é preciso para ser completo e eu não tenho talento pra ser incompleto. Nasci pessoa enquanto devia ter nascido personagem.









"Existirmos: a que será que se destina?
Pois quando tu(?) me deste(?) a rosa pequenina"

2 comentários:

Matheus T. disse...

Lindo. Lindo lindo lindo.
Me faz pensar se a gente não passa a vida tentando ser personagem, quando seria mais fácil e às vezes mais feliz simplesmente aceitar ser pessoa.
:*

Raul Corrêa disse...

Tem uma inversão aqui, Tomazinho. A gente é que condensa as histórias das personagens e as rende. Não somos nós que somos fadados à grande existência. Pensando bem, somos pequenos focos de pequeniníssima existência, enganados o tempo todo pela sensação de grande duração.

Eu queria poder dar nome pro que eu sinto.