domingo, 8 de março de 2009

Eu mandaria flores
Se tivesse certeza que essas eram suas favoritas
Que elas, na verdade, fossem desabrochar
no instante em que você as visse.
Eu as teria mandado se não achasse que meu jardim secou
quando fiz uma drenagem que impediu que ele virasse pântano.
Eu poderia ter ligado a um floricultura
mas não tenho certeza se meu celular ainda tem créditos.
Eu ainda assim teria mandado se soubesse que elas não murchariam
ou se soubesse o instante exato em que elas murchariam
para mandar outras exatamente na hora.
Eu as mandaria se o cheiro fosse forte o suficiente para que lhe agradasse
mas fraco o bastante para não te enjoar.
Eu mandaria, junto com as flores, um cartão,
mas só se soubesse quais palavras você quer ouvir de mim.
Eu, ainda que tudo isso acontecesse,
só mandaria se pudesse ver sua cara de longe,
para que a minha presença não interferisse na sua reação.
Eu só mandaria as flores se eu tivesse certeza das flores,
mas eu não tenho certeza nem se quero te mandar flores.

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Eu queria poder dar nome pro que eu sinto.